RAMON BOTELHO MENDONÇA – NOSSA GENTE

Por: Dr. Jose Antonio Fernandes

O artista plástico Ramon Botelho Mendonça nasceu em Palmeira D’Oeste, em Filho do médico Francisco Félix Mendonça e da professora Lauricy Botelho Mendonça, ele mostrou, desde menino, interesse pelas artes. Ainda na infância surgiram os primeiros convites para trabalhos informais – pintava painéis decorativos para os bailes do Clube de Campo das Palmeiras, desenhava as ruas da cidade para a passagem das procissões católicas e participava de todos os eventos culturais da Escola Orestes Ferreira de Toledo, onde estudou. Naquela época, surge outra grande paixão que o acompanhará por toda a vida: o teatro.
Monta um grupo de teatro amador que se apresenta em toda a região. Neste grupo, além de interpretar, dedica-se à criação de fantoches, cenários e textos. Tudo muito precário, mas criativo.
Na adolescência, escreve vários textos. Alguns viraram roteiros de filmes
em super 8, nunca terminados por dificuldades técnicas. A localização de Palmeira d´Oeste, longe dos grandes centros culturais, dificultava seu trabalho.
Em 1987, parte para São Paulo e ingressa no curso de Programação Visual da Universidade Mackenzie; freqüenta aulas de História da Arte, fotografia, geometria, história em quadrinhos, escultura, gravura, desenho industrial, maquete e marcenaria, dentre outras. Participa, em 1988, da MACKARTE, exposição coletiva de desenhos, gravuras e esculturas. Ainda em São Paulo, estuda desenho na Escola Panamericana de Arte, fazendo alguns trabalhos publicitários e de moda.
Em 1990, abandona a faculdade para dedicar-se ao teatro e muda-se para o Rio de Janeiro.
Forma-se ator na Casa das Artes de Laranjeiras e, depois, em Literaturas,
na UFF – Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Durante anos dedica-se somente ao teatro. Em 1999, conhece o pintor carioca Bonifácio e, incentivado por ele, retorna à pintura, assinando seus trabalhos como Botelho.
Em 1999, o marchand português Carlos Pierre leva seus trabalhos para a
Europa, onde realiza uma exposição individual na Galeria G, em Vila Moura, Algarve, Portugal.
Nesta época, participa de várias exposições em espaços alternativos, no Rio de Janeiro, Niterói, Búzios, entre outras localidades.
Sua pintura não é acadêmica. Pode-se observar alguma referência às artes de rua, como o grafite, em sua obra. A grande maioria é figurativa em constante diálogo com a abstração. A justaposição de cores e sua relevância demonstram forte apelo decorativo ao estilo Fauve.

Em Nova Iorque, as galerias do SOHO classificaram seus trabalhos como
Pop arte. Na Europa é vendido como pintura primitiva. Dizem também que é um colorista. Botelho segue afirmando ser autodidata não pertencente a qualquer ismo ou escola. Faz aquilo que gosta da forma que vai aprendendo e aprimorando com a vida, buscando sempre o prazer criativo, a força, o humor e a ingenuidade do brusco olhar infantil sobre o mundo.

Em 2006, estréia como autor e diretor do espetáculo teatral Visitando
Camille Claudel, sobre a renomada escultora francesa, peça que segue até hoje em turnê pelo Brasil. Em 2009, assina o cenário da peça Afinidades Eletivas de Goethe, com direção de Marcos Barreto, em Santa Maria, RS, com o patrocínio da Eletrobrás.
Em 2013, envia telas para o espaço da arquiteta Juliana Decnop, na mostra Casa Design, em Niterói.
O artista continua transitando entre o teatro e as artes plásticas. Seus
trabalhos foram vendidos para inúmeros países mundo afora, dentre os quais Estados Unidos, Portugal, Espanha, Suíça, Austrália e Argentina.
Nota: Ramon Botelho é filho do saudoso médico “Dr. Chiquinho”, e irmão de
“Kiko Mendonça”, que foi prefeito de Palmeira d´Oeste de 1993 a 1996. A família foi tradicional nesta cidade. Até hoje, outra irmã de Ramon ainda labora por aqui; trata-se da médica ginecologista Maria Christina Botelho Mendonça Yassoyama. Da Família, aqui, só resta uma prima; a professora Marcia Botelho Soares Dutra Fernandes.

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