Documento do ONS adverte que, mesmo se chover bastante, em 29% dos cenários será preciso medidas extras para evitar colapso.
Se o país parece estar conseguindo se safar do racionamento de energia em 2021, as chances de que os problema sejam sanados em 2022 são pequenas.
Segundo projeção divulgada na quinta-feira (25) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), se as chuvas continuarem em nível similar ao de 2021, o Brasil precisará comprar energia de países vizinhos e abusar das usinas térmicas, mais caras, para garantir o abastecimento e evitar um apagão.
Alessandro Azzoni, advogado e economista, especialista em direito ambiental, diz que diante do baixo nível atual dos reservatórios do país é praticamente certo que o ano que vem seja novamente de contas de luz altas e ameaça de racionamento.
“Se você pega o acompanhamento dos reservatórios de agora, 29 de novembro, o subsistema Sudeste-Centro-Oeste está com a capacidade atual em 19,59%. Considerando que ele é o que mais produz, teremos problemas se as chuvas não forem regularizadas”, analisa.
“Tirando Billings, Serra Bonita, Capivara, quase todos reservatórios estão em perigo.”
“Se continuarmos com baixo índice pluviométrico na região de Furnas, Marimbondo, Paraibuna e Ilha Solteira, a produção no Sudeste e Centro-Oeste não vai suportar”, diz, fazendo a ressalva de que já começou a estação das chuvas e, até março, essas projeções podem ser revistas.
Azzoni recorda ainda que, se os reservatórios atingirem níveis abaixo de 10%, boa parte das usinas para de gerar energia.
O economista explica que, se ocorrerem os piores cenários apontados pelo ONS, será preciso comprar energia de países vizinhos do Brasil e investir nas térmicas, duas soluções que chegam ao mesmo ponto: aumento nas tarifas de energia para a população.
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