Preço do produto caiu 16% nos supermercados em 2021, mas ainda segue 46% acima do nível pré-pandemia.
Após ver um salto nas vendas no Brasil, nas exportações e, claro, nos preços em 2020, o arroz, o grande “vilão” da inflação naquele ano, vive agora uma situação bem diferente.
Os preços altos encontraram em 2021 uma população com a renda em queda, enquanto os compradores de fora reduziram os pedidos.
O resultado é que as vendas do produto caíram, e está sobrando arroz nos estoques dos produtores.
Em dezembro do ano passado, os estoques do arroz estavam cerca de 35% maiores do que em dezembro de 2020, de acordo com informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, escola de agricultura da Universidade de São Paulo.
“No mercado interno, a renda da população diminui e atrapalhou as vendas de forma geral”, diz Lucilio Alves, pesquisador responsável pela equipe de arroz do Cepea.
Ele também explica que há um efeito de normalização da pandemia: se, em 2020, as pessoas ficaram e comeram mais em casa, o que estimulou o consumo do arroz em larga escala, a volta da circulação e das refeições fora em 2021 ajudaram a diversificar mais os pratos novamente.
Ao mesmo tempo, importantes países exportadores do grão, como Índia e Indonésia, voltaram a abastecer o mundo depois de suspender parte das exportações na pandemia, o que voltou a aumentar a concorrência para o arroz brasileiro lá fora.
“A indústria compra, mas não consegue repassar os custos para o atacado e o varejo, de maneira que as margens dos produtores estão bem ruins. Quem se beneficia são os consumidores”, diz Alves.
Fonte: cnnbrasil.com.br