Pesquisa Viver em SP: Assistência Social mostra que desemprego e alto custo de vida são as principais causas da crise na capital
A grande maioria dos paulistanos acredita que a população de rua cresceu no último ano e percebe uma piora na situação da fome e pobreza na capital, segundo dados da pesquisa Viver em São Paulo: Assistência Social, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).
De acordo com o levantamento, 92% dos entrevistados afirmaram perceber o aumento do contexto de vulnerabilidade em São Paulo. O problema foi destacado por 98% dos moradores da zona oeste que participaram da pesquisa.
Para 45% da amostra, o crescimento dos pedidos de esmola é o principal indicador da piora social, enquanto 39% citaram a presença de pessoas trabalhando em semáforos.
População nas ruas
Segundo o levantamento, 88% dos entrevistados afirmaram perceber um aumento na população de rua no último ano, percentual que chega a 96% entre moradores da região oeste. Na área central da cidade, essa percepção também ganha destaque: 94%.
Oito em cada dez paulistanos consideram que o crescimento da população que vive nas ruas se dá pelo aumento do desemprego ou perda de renda, enquanto 61% citam a alta dos custos de vida.
Dois terços dos paulistanos dizem ver mais famílias em situação de rua. A percepção nas classes sociais A e B chega a 71%.
Conforme a pesquisa, um terço dos entrevistados tem percebido mais crianças e adolescentes nas ruas da cidade. Na zona norte, o percentual de percepção corresponde de 41% dos moradores.
Censo da população de rua
O último Censo da População em Situação de Rua foi em janeiro de 2020, a partir de dados coletados em 2019, e identificou 24,3 mil pessoas sem teto na cidade de São Paulo. Antecipado, o novo Censo está em produção e sua última etapa está prevista para janeiro de 2022.
O Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo estima que sejam mais de 66 mil pessoas em situação de rua na capital neste ano.
Soluções
As principais medidas apontadas na pesquisa para combater o problema são desenvolver políticas públicas, oferecer cursos de capacitação profissional e ampliar a rede de atendimento socioassistencial.
Para combater a pobreza, o poder público deveria criar políticas de garantia de emprego, segundo 63% das citações. Seis em cada dez entrevistados acreditam que deveria haver a redução do valor das contas básicas para a população vulnerável, como água e luz. Outra solução seria a doação de cestas básicas.
A pesquisa Viver em São Paulo: Assistência Social realizou 800 entrevistas presenciais e online com moradores da capital paulista com 16 anos ou mais, entre os dias 10 e 26 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Noticia do site : https://noticias.r7.com/sao-paulo/mais-de-90-dos-paulistanos-veem-piora-na-fome-e-pobreza-em-sp-09122021